31.7.07

Balconismo

Assisti à "Clerks 2" ontem, e foi uma experiência de vida.

O filme em si é muito bom - Kevin Smith é o cara! - e se compõe perfeitamente com o seu antecessor. E tem a Rosario Dawson, o que já faz o filme valer o que custou, não importa o preço. Mas o ponto central da coisa é que o filme pareceu ter sido feito para mim, para o momento que estou vivendo e para as coisas que tem queimado meus neurônios nas horas vagas.

Quando assisti a "Balconistas" eu estava no 2° colegial, vivendo aquela vida pacata de estudante que só se preocupava com o que fazer no fim de semana com a namorada, e onde passar as férias, com o futuro dos seus personagem de RPG e de como gastar seu parco dinheiro de mesada. Eu tinha então meus 16 anos, e achei bacana o filme que falava de "perdedores" de 20 e poucos que viviam de sub-empregos que mal pagavam as contas, e gastavam seus dias jogando hockey no telhado e filosofando aleatóriamente.

Bom, quando eu assisti a "Balconistas 2" eu estava formado, tentando sobreviver como arquiteto, me preocupando com o que fazer com minha namorada no fim de semana, se teria ferias, se jogaria RPG naquela semana, e o que fazer para conseguir dinheiro para pagar todas as contas. Com meus 29 anos, eu achei bacana o filme falando sobre caras de 30 e poucos cujas vidas sofreram poucas mudanças de interesses nos últimos 10 anos e que no final deixam bem claro que o sistema é uma droga, e que o que realmente queremos e gostamos de fazer importa muito mais do que o que os outros esperam de nós.

Foi muito melhor que "Chasing Amy", e olha que naquele tinha sexo, lesbicas e tudo mais.

Apesar do tom de auto-ajuda que esse post possa parecer ter, o fato é que me preocupa o que fazer da vida nos próximos 5 anos (e na verdade eu poderia dizer "nos próximos 5 meses") - e lembrar que eu não preciso me enquadrar nessa coisa de "super vencedor universitário formado na USP" ajuda um bocado em acordar de manhã e encarar o dia.

E pensar que semana que vem estarei em SP com a Babs com certeza faz a vida mais leve também...

19.7.07

Tô tão excitado...

Por algum motivo ainda sem explicação, salto dos recônditos de minha mente sombria o refrão: "...I'm so excited/and I just can't hide it/I'm about to lose control and I think I like it."

Para evitar a tragédia minemônica de ficar com a música pulsando dentro da minha cabeça o dia todo, resolvi cortar o mal pela raiz e busquei no YouTube pelo vídeo da música, e prontamente encontrei a letra no Google.

Deixando a parte a breguice e pornografia explícita da letra, não pude de deixar de notar uma coisa, que me deixou pensativo até agora: a liberdade de expressão dos anos 80.

Já tinha estudado nas aulas de história da arte na FAU que os anos 80 tiveram uma estética da expressão individual, em que o que mais valia era mostrar a todos como cada um tinha habilidades e capacidades próprias de se mostrar, e dessa forma gerar arte. E vendo o vídeo temos alguns exemplos (não necessariamente bons) bem claros disso.

O que me fez pensar é que na década seguinte houve a inversão desses valores, e a expressão aberta de idéias e sentimentos logo saiu de moda. O grunge foi a maior prova da explosão de sentimentos oprimidos e da vontade de se libertar disso, ainda que de forma taciturna.

Depois veio um limbo, e aos poucos o ciclo vai se revertendo, com releituras e inovações - a moda é um estandarte dessa movimentação, e o aumento de estudios independentes de moda também independente é um dos indicadores de que a originalidade individual está voltando à cena (mesmo que duma forma às vezes comercialmente pervertida).

Chego até a pensar se os emos não são a raspa do tacho do que sobrou dos 90, mas queria viver nos 80, e não sabem o que fazer nos 2000... mas isso é outra história.

Essa semana comecei o processo de criação de personagens para minha campanha de RPG de Senhor dos Anéis. Faz muito tempo que não mestro - que dirá mestrar uma campanha inteira com cenário e temas tão complexos como esse. Por enquanto tem sido animador, já que os jogadores tem saído cada vez mais animados com seus personagens.

Vamos ver no que vai dar.

E ainda estou contando os dias para ir para São Paulo.

13.7.07

Sabishii

Sério, não vai dar de contar nos dedos da mão os dias de distância, e a saudade já é insuportável.

Dizem que uma pessoa consegue passar semanas sem comida e dias sem água - mas eu não suporto um final de semana que seja longe da minha pequena Babs.

Ui!

10.7.07

Diariamente

Visitas essa semana em casa, e muito trabalho em andamento. Tudo o que eu mais queria era chutar tudo pro alto e ficar passeando com eles a semana toda.

Projetos indo a todo vapor, e graças ao SketchUp o processo tem sido cada vez mais rápido e prático. O impacto de poder visualizar o resultado do projeto em 3 dimensões - incluindo a possibilidade de caminhar por entre os cômodos - faz com que o cliente entenda muito claramente o que está sendo proposto ali, facilita o levantamento de pontos falhos e de eventuais problemas de concepção, principalmente em projetos com vários níveis.

No entanto, tanto 3D assim tá fazendo minha máquina reclamar do fígado, e já há algum tempo tenho procurado expandir a memória RAM do meu imac. Começa o drama!

Pra começar, imacs usam memória de 200 pinos - também conhecida como "memória para notebook". Quem já viu o tamanho da máquina entende que pra caber tudo ali, com certeza as peças tem mesmo de ser menores. Memória de notebook é mais cara que a "memória de desktop" de 240 pinos, mas graça aos japoneses (pela miniaturização) e aos chineses (pela produção em massa barata inescrupulosa, e pela invenção do macarrão), essa diferença de preços não é mais tão gritante como era há 5 anos atrás, e memória RAM é algo bem acessível nos dias de hoje. Para me chatear só mais um pouco, o barramento (velocidade) da minha memória é de 667mHz, sendo que o padrão convencional (aquilo que você encontra até na padaria) é de 533mHz.

As lojas daqui não tem esse tipo de produto, não sei exatamente por qual motivo, então me resta apelar para os meios padrão e procurar no camelódromo local, onde prontamente encontrei o produto. Na verdade, as lojas daqui DIZEM que tem esse tipo de memória, mas está sempre em falta.

Daí entra em cena a usual falta de profissionalismo local, que eu carinhosamente chamo de "patetagem manezinha".

Vou até a loja, e pergunto pelo produto. O atendente diz que tinha mas acabou, e que ia receber na outra semana. Na outra semana passo na loja, e ele diz que recebeu mas ainda não testou, e por causa disso não sabe ainda nem que tipo de memória é - é como se ele vendesse carros mas não soubesse a marca e modelo antes de dar uma volta no pátio. Diz que no dia seguinte, por volta da hora do almoço, poderá me dar resposta. No dia seguinte quem me atende é uma moça, que me diz prontamente que eles não receberam ainda o produto, e não tem previsão para o recebimento. Na semana seguinte passo lá de novo, e a moça me diz a mesma coisa... mas o moço ao lado (o que não tinha testado a memória ainda) diz que chegou, pega em uma gaveta um monte de memórias embaralhadas e pede pra ela ver se tem alguma ali. Final da história, vou até o camelódromo e encomendo a porcaria, devo buscar até o final da semana, lacrada na embalagem do fabricante.

Isso é padrão por aqui. As pessoas em geral não sabem como lidar com consumidor, muito menos com comércio de produtos específicos, como eletrônicos. Na real, o comércio aqui ainda fecha as 18h e não abre sábado depois do almoço. Talvez seja neura de paulistano, mas pra quem trabalha o dia inteiro, fazer compras só é possível depois desses horarios.

Julho vai ser um mês bizarro. Projetos para detalhar e alguns cursos aparecendo...

Sem falar na contagem regressiva para agosto: férias em São Paulo, com casamentos, treinamentos e Achiropita!

Queria poder dormir e só acordar em3 semanas.

2.7.07

"... in the end, we're a band of brothers."

Depois de algumas semanas massacrantes de trabalho ininterrupto, com projetos, escritório, alunos e seus tcc's, finalmente pude aproveitar um pouco um final de semana. Tudo bem que nem foi o final de semana inteiro, já que no sábado tive reunião com cliente e modelagem de um terreno para uma aluna, e domingo fiquei desenvolvendo o projeto para o cliente de sábado - o que importa é que quebrei a rotina de "acorda, computador, almoça (em frente ao computador), dorme - e tudo de novo no dia seguinte".

Na sexta a noite fui comer sushi. Precisava de algo pra exorcisar o trabalho e nada como arroz e algas para renovar as forças de um homem. Como o sushi foi muito bom, tive de compensar fazendo algo bem ruim, e acabei gastando meu parco dinheiro suado assistindo "o quarteto fantástico 2" (sério, como é que fazem um filme tão ruim???).

Sábado foi dia de trabalho de novo, e logo cedo fomos eu e a Babs (minha sócia trainee) conversar com um cliente sobre uma casa na Serrinha. Foi uma conversa bem proveitosa, e acho que até quarta já terei uma proposta de projeto boa para eles. Mas o bom de sábado veio à tarde, quando rumamos para o Rio Vermelho para uma boa e velha partida de paintball...

Sério, quantos anos eu não jogava aquilo - 10, 15 anos?? Eu cheguei a ter um time de paintball quando tava no colégio, e jogava quase toda semana. Para a minha sorte, eu ainda era o mais experiente do grupo, e pintei todo mundo do time adversário, sem muita dó ou piedade. E ainda fiquei feliz em ver que todas aquelas horas jogando "Medal of Honor" ou "Call of Duty" me serviram para ter visão estratégica para esse tipo de coisa, e cheguei em casa sem nenhum roxo sequer... no entanto, as doses de adrenalina extra me renderam dores absurdas nas pernas, que se recusam a não doer quando me movo.

O resto do final de semana foi beeem tranquilo, com muito filminho, pizza e Babs... uma pequena perspectiva de como a vida pode sim valer a pena.

Ah, recomendo a todos o filme "Ratatouille"... a melhor coisa a sair nos cinemas em muuuuito tempo!